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sábado, 7 de fevereiro de 2009

Aniversário da lenda

Aniversário de Bob Marley





Nesta sexta-feira, 6 de Fevereiro, o rei do reggae completaria 64 anos


«Numa pausa das risadas, Bob Marley ficou subitamente sério. “Eu vou morrer aos 33 anos, idade de Cristo”, disse aos amigos com quem se refrescava sob a sombra de uma árvore, em Nine Miles, interior da Jamaica. Todos se entre olharam assustados, aquilo não era normal. Muito menos vindo de um adolescente, com 14 anos acabados de completar. Na Jamaica, soava mais estranho ainda: dificilmente um jamaicano fala em morte. No rastafarianismo, segunda religião mais popular na ilha (atrás do protestantismo), até Deus é vivo.»





Marley passou perto: morreu de cancro aos 36 anos de idade, se bem que não acredito. Há quem diga que esta fala – reproduzida na biografia oficial, “Queimando Tudo”, de Timothy White – seja um indício da vocação auto-infligida a salvador da humanidade. Se Marley, tal qual os Beatles, é comparável a Cristo, não cabe discutir. Mas que seu legado cultural, religioso, político e – claro – musical tem peso incomparável, isso tem. Desde que Bob Marley morreu, suas ideias cresceram, dominaram mentes de novas gerações, renderam devoção quase religiosa de gente tão diversa quanto Mano Brown, Paul McCartney e Stevie Wonder.






Mas, para seguir a linha jamaicana de raciocínio, não é morte o tema desta matéria. O rei do reggae completaria 64 anos ontem, 6 de Fevereiro e se ele estivesse aqui para contar a história dessas seis décadas, certamente a história da música – para não dizer do mundo – seria outra. Nos seus últimos dois discos, Bob Marley flertou com caminhos inéditos para sua música e visão política. Em “Survival” (1979), cantou uma África embrutecida por guerras civis, pediu que o mundo olhasse para os pobres e se disse um guerreiro sobrevivente da escravidão. Foi o seu álbum mais contundente. Não foi à toa que a 14 de Abril de 1980, Marley foi convidado para tocar na independência da Rodésia que, também não à toa, adoptaria o nome “Zimbábue”, título de uma das mais importantes músicas do rasta.



Num tom melancólico, Marley disse que tudo o que teve na vida foram “sons de liberdade, sons de redenção”. Verdade... Em parte. Marley também teve 11 filhos com oito mulheres diferentes; teve músicas gravadas por artistas do mundo inteiro; teve uma mansão/comunidade em Kingston; teve legiões infindaveis de seguidores; teve dois discos de platina; foi o primeiro artista do Terceiro Mundo a ser aceito no Hall of Fame do rock; teve dinheiro, fama e sucesso.


"Mas foi um detalhe que transformou o legado de Bob Marley em uma fonte inesgotável de admiração: nem depois de tantas conquistas, ele deixou de ser o rude boy (gíria jamaicana para a juventude do gueto) de Trenchtown. O garoto humilde da favela que pregou o retorno espiritual à África, que denunciou a actualidade da discriminação racial e a vida dura no Terceiro Mundo, com a mesma competência com que cantou o amor, o sexo e a integração racial. Parabéns a Bob Marley que, aos 64 anos, continuas jovem e actual."


Escuta aí o sonoro.
Clicaí

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